Mais um almoço

Quando a Katia era viva, muitas vezes sonhava em almoçar sozinha ou com outro amigo qualquer que não fosse ela. Almoçávamos juntas invarialvelmente, todos os dias. Mesmo quando ela estava no sindicato e não vinha aqui, eu ia encontrá-la para almoçar. Sempre, religiosamente. Era nosso "compromisso". Um deles, já que tínhamos vários e nos sentíamos ambas sufocadas por eles.
Desde que ela morreu, e isso já faz mais de um ano, tenho no horário do almoço liberdade total de escolher com quem estar, onde estar, o que comer e quanto pagar por isso. No começo foi até estranho. Chegava meio-dia e não sabia o que fazer. Hoje tenho deitado e rolado. Atravesso a cidade para almoçar com algum amigo ou em algum lugar legal e isso tem me "alimentado" bem mais além da comida. Talvez agora até emagreça heheheheheheh.
Hoje vou ao mercado público, bem sozinha e dona do meu nariz. Comprarei erva para o Tom, farinha integral para meus pães e comerei light no japonês.
Em homenagem à Katia, exercerei a liberdade, mais uma vez.