Uma acontecimento terrível deu início ao meu dia de hoje. Um motorista passou mal e perdeu o controle do ônibus, atravessando o canteiro, demulindo árvores, arrastando um telefone público e - pessoas. Duas mulheres que atravessavam a rua (onde 10 minutos antes eu atravessei), foram arrastadas por ele e morreram. Esmagadas e carbonizadas, já que o ônibus, ao chocar-se com a parede da garagem da esquina, pegou fogo. Outras 10 deram entrada no Pronto-Socorro da cidade, e ainda não sabemos o resultado. Eu tinha acabado de ligar o micro quando ouvi barulho de acidente. Pelo estrondo dava para ver que a coisa era feia. Logo após, veio o barulho da sirene do corpo de bombeiros. Quando abri a janela para ver se conseguia ver alguma coisa, percebi a nuvem de fumaça gigantesca que se aproximava do prédio e ainda consegui pensar em fotografar. Mas daí em diante o MEDO começou a tomar conta. Afinal não sabia o que tava acontecendo e achei melhor descer para me informar se não era um ataque às igrejas evangélicas vizinhas que acabaria por atingir a todos nós. Não tive coragem de chegar perto. As pessoas vinham da esquina chorando. A cena era forte. E a comoção foi geral. Imediatamente, enjôo e dor de cabeça lancinantes.A tragédia passava por perto novamente. O fogo, a morte, a finitude da vida ali na esquina, me batendo na cara de novo. A gente pode estar caminhando na calçada... e adeus. Aqueles a quem amamos podem estar caminhando na calçada, assim como puderam estar no avião que explode. Vidas serão transformadas a partir de agora. Familiares viverão o resto de suas vidas carregando a dor da morte através de uma tragédia. Essa é uma dor que não se esquece, uma dor sem aviso, sem chance de despedida, de choro solitário. Desligaram a chave geral e eles se foram.
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